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Jundiaí

Azul compra empresa jundiaiense por R$ 123 mi

Redação

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A Azul anunciou na tarde desta terça-feira a compra da companhia aérea regional TwoFlex, baseada em Jundiaí. As duas empresas assinaram uma oferta vinculante de 123 milhões de reais, segundo informou a Azul em comunicado. A transação ainda precisa ser aprovada por órgãos regulatórios.

O negócio reforça a aposta da Azul no mercado de aviação regional. A TwoFlex opera voos para 39 destinos no Brasil, dos quais somente três já eram atendidos pela Azul. A Azul já é dona da maior malha do país, com 200 destinos.

“Nos últimos dez anos, a Azul liderou o desenvolvimento da aviação regional no Brasil, atendendo a mais de 100 destinos domésticos e trazendo novos serviços para mais de 50. Nosso objetivo é continuar levando serviço aéreo para novas e diversas partes do Brasil”, disse em comunicado o presidente da Azul, John Rodgerson.

Ao comprar a TwoFlex, a Azul impede um avanço da concorrente Gol, líder em voos domésticos no Brasil. A Gol assinou no ano passado uma parceria com a TwoFlex, oferecendo com exclusividade em seu site as passagens para as rotas regionais operadas pela empresa paulista. A TwoFlex também operava voos em nome da Gol em estados das regiões Norte e Centro-Oeste.

Procurada, a Gol não respondeu se foi pega de surpresa pelo anúncio da venda da TwoFlex à Azul. Disse que está estudando como dar assistência aos clientes que compraram passagens para rotas da TwoFlex por meio da Gol e que o negócio em nada afeta seu plano de expansão regional.

“O acordo com a TwoFlex de compartilhamento de voos e compra de capacidade representou apenas 0,007% do número de assentos ofertados e 4.185 passageiros transportados em 2019, o que representa 0,012% do total de 35 milhões de clientes atendidos pela Gol no ano” escreveu a empresa em comunicado.

A TwoFlex foi fundada em 2013 após a fusão da Two Táxi Aéreo e da Flex Aero Táxi Aéreo.
CongonhasCom a aquisição, a Azul ganhará também 14 novos horários de pouso e decolagem que a TwoFlex possuía na pista auxiliar no disputado aeroporto de Congonhas — os chamados slots. 

Apesar de não operar na pista principal, a TwoFlex obteve em setembro do ano passado autorização para realizar voos entre Congonhas e o aeroporto de Jacarepaguá, na Barra da Tijuca, área nobre do Rio de Janeiro. Assim, se desejar usar a rota, a Azul pode aumentar sua participação no trajeto entre Rio de Janeiro e São Paulo.

A Azul entrou na ponte aérea no fim de 2019, após herdar slots da Avianca Brasil, e começou a operar uma rota entre Congonhas e o aeroporto Santos Dumont, o trajeto mais cobiçado da ponte aérea Rio-São Paulo. Com o fim das operações da Avianca Brasil em maio, a Azul recebeu 15 dos 41 slots da empresa na pista principal, que somou aos 26 que já possuía e possibilitou uma operação na ponte aérea.

Os horários na pista principal do aeroporto geraram uma grande novela em 2019. Além da Azul, a MAP Linhas Aéreas, do Amazonas, ficou com 12 slots e a Passaredo, de Ribeirão Preto (SP), com 14, todos na pista principal.

A TwoFlex também chegou a pleitear slots na pista principal de Congonhas, mas seu pedido foi negado pelos órgãos de avião civil que gerenciavam o aeroporto, devido ao porte pequeno de suas aeronaves.

Além do uso dos slots, no comunicado informando sobre a transação com a TwoFlex, Rodgerson afirmou ainda que a frota de 17 aeronaves Cessna Caravan próprias da TwoFlex será “a maneira mais adequada para alcançar cidades e comunidades menores”. “A aquisição da TwoFlex ajudará a Azul a aumentar a demanda de clientes, pois poderá levar o serviço aéreo a lugares onde não são servidos hoje”, disse o executivo. O presidente disse ainda que a operação de carga da TwoFlex será uma adição “estratégica” à Azul Cargo Express, serviço de carga da Azul.

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