Jundiaí
Eleição à presidência da Câmara de Jundiaí revela racha no PL; Presidente do partido acusa traição

A eleição para a presidência da Câmara Municipal de Jundiaí, realizada no dia 1º de janeiro, tomou um rumo inesperado e desencadeou uma crise dentro do Partido Liberal (PL). Apesar de um acordo prévio e ata assinada que favoreciam Quézia de Lucca (PL), a vereadora mais votada nas últimas eleições municipais, com 8.020 votos, o cargo foi conquistado por Edicarlos Vieira (União Brasil), da base do prefeito Gustavo Martinelli.
Quézia recebeu apenas dois votos — de Leandro Basson e Rodrigo Albino — enquanto os demais parlamentares, incluindo três do próprio PL, votaram em Edicarlos. A decisão gerou uma manifestação contundente da vereadora, que utilizou suas redes sociais para expressar indignação:
“Mais do que cargos ou poder, o que vale é a nossa palavra. Ter seis vereadores na bancada e testemunhar essa deslealdade partidária é inadmissível. A palavra precisa ter honra e caráter. Eu honro o partido ao qual pertenço”, declarou em discurso na sessão.
Acusações de traição
O presidente do PL em Jundiaí, Adilson Rosa, também reagiu ao resultado. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ele acusou os vereadores Madson Henrique, Tiago da El Lion e João Victor, todos do PL, de “traição” por não cumprirem o acordo que previa apoio à candidatura de Quézia, ressaltando inclusive que os vereadores que traíram o partido são evangélicos.
Adilson foi enfático ao pedir que os vereadores deixem o partido:
“Se não comungam dos valores e princípios do PL, que tenham a decência de sair. Caso contrário, abriremos um processo administrativo para limpar o partido”, afirmou no vídeo.
Clima de tensão
Os três vereadores acusados optaram por não se manifestar, o que ajudou a conter a repercussão do episódio, mas o clima de atrito no partido é evidente. Nos bastidores, especula-se que a aliança com a base do prefeito e o fortalecimento de Edicarlos Vieira como presidente da Câmara foram decisivos para a decisão dos parlamentares.
Enquanto isso, a postura de Adilson Rosa reflete a tentativa de resguardar a unidade do PL em meio à turbulência. No entanto, segundo fontes, nenhum dos envolvidos demonstra preocupação em permanecer ou sair do partido, o que pode levar a novos desdobramentos nas próximas semanas.
